O Decreto-lei 3.199, art 54 que proibiu a prática do futebol feminino foi um marco histórico que impactou negativamente a participação das mulheres no esporte e na sociedade como um todo. Esse decreto foi promulgado no Brasil em 1941, durante o período do Estado Novo, liderado pelo então presidente Getúlio Vargas.
A proibição do futebol feminino foi embasada em concepções machistas e estereotipadas sobre o papel das mulheres na sociedade. Naquela época, prevalecia a ideia de que o futebol era um esporte masculino, considerado inapropriado para as mulheres, que, segundo a visão da época, deveriam se dedicar exclusivamente a atividades domésticas e cuidados familiares.
Esse decreto representou uma grande restrição à liberdade das mulheres e contribuiu para perpetuar estereótipos de gênero que limitavam suas possibilidades e oportunidades no campo esportivo e em diversas outras áreas da vida.
Felizmente, com o passar dos anos, a sociedade evoluiu e as lutas por igualdade de gênero e direitos das mulheres ganharam força. A partir da década de 1970, movimentos feministas começaram a questionar a proibição do futebol feminino, exigindo a igualdade de oportunidades no esporte.
Em 1979, a FIFA (Fédération Internationale de Football Association) finalmente revogou a proibição do futebol feminino em nível internacional, abrindo caminho para a participação das mulheres em competições oficiais.
No Brasil, a proibição só foi oficialmente revogada em 1983, graças aos esforços de ativistas e defensoras dos direitos das mulheres que lutaram pela igualdade no esporte. A partir desse momento, o futebol feminino começou a se desenvolver no país, e hoje temos talentosas jogadoras representando o Brasil em competições nacionais e internacionais.
Apesar dos avanços, ainda enfrentamos desafios na luta pela igualdade de gênero no esporte. As mulheres ainda encontram barreiras e preconceitos no acesso a recursos, patrocínios e apoio para o desenvolvimento do futebol feminino em comparação ao masculino. No entanto, a persistência e dedicação das atletas, bem como o apoio da sociedade e instituições, têm contribuído para o crescimento contínuo do futebol feminino no Brasil e em todo o mundo.